Presidente do Flu lembra que treinador justificou demissão por falta de estrutura, mas tinha boa relação com o responsável por ela, Alcides Antunes

Dirigente diz que não tem vontade de trabalhar de
novo com Muricy (Foto: reprodução/Sportv)
- A saída abrupta dele causou um problema de planejamento, mas isso não foi o mais importante. A maneira como ele saiu mexeu com o orgulho tricolor. Ser deselegante comigo pessoalmente, tudo bem. O que ele não pode é ser deselegante com a torcida do Fluminense, como ele foi. Isso não pode. Comigo a conversa foi boa, mas falar sobre ratos e as coisas que ele falou.... Todo mundo sabe que a estrutura não é ideal. A casa pode não ser a mais rica do mundo, mas, se for bem cuidada, ela se torna um bom lugar para você viver - afirmou Siemsen, em entrevista ao programa “Arena SporTV”.
O presidente citou ainda que as reclamações de Muricy são contraditórias, já que ele criticou a estrutura do clube, mas apoiava o responsável por ela, o ex-vice de futebol, Alcides Antunes.
- Existe um grande contrassenso quando ele elogia a torcida, o ex-vice de futebol e reclama das condições de trabalho. Não tem nenhuma consistência quando ele elogia o vice, já que ele era o responsável por esse trabalho. Quando deveria estar concentrado no time, ele não parava de falar em estrutura, condições de trabalho, e tudo isso estava concentrado no vice-presidente. Como torcedor só tenho a agradecer pela conquista fantástica do Brasileiro. É um grande treinador. Mas isso não muda nosso foco.
Para finalizar o assunto Muricy, Siemsen analisou seu relacionamento com o técnico e afirmou que não tem vontade de trabalhar com ele novamente.
- Estou completando três meses de trabalho no Fluminense e a minha relação com o Muricy não foi profunda, até pelo pouco tempo. Acho que o Muricy é passado. Não gosto muito de discutir isso. A insatisfação dele ficou clara. Pela maneira como ele saiu, confesso que não há uma vontade pessoal minha, mas o clube gosta de grandes treinadores.
Confira outros trechos da entrevista de Peter Siemsen:
Situação atual do clube
Dentro do clube, a situação é de calma, é de controle. Estamos trabalhando em outras frentes em relação à estrutura e outros setores. O Flu já teve situações semelhantes em 2009, em 2007, em 2006, não é uma novidade. Vim com uma proposta diferente, queremos implantar no Flu uma filosofia clara de trabalho. Percalços vão acontecer, mas não podemos desviar do nosso rumo por causa de especulações feitas pela imprensa.
Técnico atual
Definido, nós temos o atual técnico (Enderson Moreira), que é o que nós contratamos para ser auxiliar técnico do clube. O técnico do Fluminense é o que está comandando o time nesse momento.
O motivo da escolha de Enderson Moreira
O sucesso que ele teve anteriormente treinando times sub-20. Também teve um sucesso importante em Minas Gerais, e depois no Inter B. É um técnico jovem, promissor, empreendedor e que entende muito de planejamento. Conversamos com ele, e ele entendeu que o clube precisava de um auxiliar permanente. Hoje ele assumiu interinamente a função de técnico do Fluminense.
Enderson pode sair antes de Abel chegar?
Se os maus resultados acontecerem, tiro um pouco a responsabilidade dele e dos atletas por tudo o que tem acontecido. A responsabilidade é do presidente que optou por trabalhar a longo prazo. Estamos muito em sintonia, acreditando no futuro. Já fomos campeões em 2010, vamos apostar no futuro. O Enderson, o papel dele, é de auxiliar técnico do clube. Tenho visto um elenco muito unido, bom e forte. Acreditamos que momentos ruins unem as pessoas e diante disso sai o resultado.
Libertadores e Julio César
Há chances, sem dúvida. A situação não é pior que a de 2009. Se o Fluminense ganhar entra na disputa. Tem dois jogos fora, mas a gente sabe jogar fora. Acreditamos muito e aproveito para pedir à torcida que abrace o time e crie aquele clima positivo com os jogadores. Abrace Julio César que é um grande jogador, não esqueça os bons momentos dele.
Caso Gilson Kleina
No caso (da tentativa de contratação) do Gilson, avaliamos a capacidade dele, por ser um técnico jovem, enfrentar tudo isso. Estávamos dispostos a encarar essa aposta. Quem nos telefonou foi o agente dele dizendo que ele estava se colocando à disposição do Flu. A partir daí analisamos o técnico. Ele tinha contrato com outro clube, mas era um contrato comercial como outro qualquer. Pensamos em um contrato que avalia metas. Ele reservou as passagens dele e dos auxiliares. E a partir daí, nos sentimos confortáveis para deixar vazar essa informação. Depois deu no que deu. Naquele momento faríamos um contrato pelos campeonatos que estamos participando e avaliaríamos se dentro do trabalho que nos esperávamos dele iria se concretizar. Ele seria uma aposta.
Técnicos procurados
Nomes foram muito especulados. Mas Cuca, Kleina e Adilson foram os únicos contactados. Ao Felipão, nunca fizemos nenhuma proposta efetiva. O Renato Gaúcho, além de ser amigo do patrocinador, é uma pessoa que falo volta e meia, mas não houve contato para ele ser o técnico.
Melhora das condições de trabalho dos funcionários
Mantive o vice presidente, apoiei, mantive o pagamento em dia. A prioridade absoluta era pagar o fundo de garantia, o que o Fluminense não fazia há 20 anos, melhorar o trabalho das pessoas em todas as áreas. Todos os salários que pediram para aumentar em virtude do Brasileiro foram aumentados. Atendi a todos os pedidos. Hoje tenho 570 funcionários no clube que eu não conseguia identificar quem eram e o que faziam. Não estou preocupado se vou me reeleger ou ser candidato daqui a três anos, estou preocupado com o que vou fazer até lá.
Estrutura na base
O clube vem atacando todos os problemas ao mesmo tempo. Se você perguntar para o sócio comum, fizemos muito nesses três meses. Nossa filosofia é construção de infraesturra, rentabilidade dos títulos. Encontramos Xerém num estado em que o Muricy disse que ficou dez minutos e foi embora. Realojei todos os meninos em um hotel porque a condição era insalubre. Isso é inaceitável. Nesse pouco tempo já vamos refazer quatro campos de Xerém. Estamos fazendo obras nos quatros, trouxemos o Jorge Macedo (Coordenador da base), que era do Internacional. Em pouco tempo, vamos dar condições e formar cidadãos que possam contribuir para a nossa sociedade.
Relação com o patrocinador
O Fluminense pouco trabalhou nesses anos para construir uma instituição forte e dar melhores condições para que essa parceria prosperasse. Com as condições que a Unimed dá não era para o Fluminense passar por essas situações. É um patrocinador que participa, que investe e, na minha visão, é o melhor do Brasil. Para que dê certo precisa do que eu vou fazer: trabalhar junto.
Voto de confiança
O Fluminense não ficou milionário. Então como estamos conseguindo fazer essas melhorias? A situação financeira é igual, apenas estamos arrumando. Acho que um pouco de competência e voto de confiança a gente merece.
CT com a ajuda da Prefeitura
Nosso moderníssimo centro de treinamento vai receber seleções para a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. Tudo isso com a ajuda do nosso prefeito, a quem quero agradecer. Durante a Copa do Mundo vamos comemorar 100 anos de Seleção Brasileira que nasceu naquele gramado das Laranjeiras. Mas, nesse momento, o silêncio é a melhor coisa. A área já está pronta. Mas exige uma estruturação imobiliária, pois o clube não tem dinheiro para pagar à vista. No Banana Golf (clube onde seria a área do CT) só falta colocar os campos, o problema é o alto valor que teria de ser desembolsado hoje para comprá-lo. Não quero estabelecer prazos. Quero entregar o que for melhor para o Fluminense
Ajuda do patrocinador para construção do CT
O patrocinador, além de amigo, entende as deficiências do clube. Todos esses projetos vão ter ajuda dele, mas, hoje, ele faz o que faz muito bem (investir em jogadores). Espero convidar e trazer nosso patrocinador para quer tudo isso dê certo. Mas o Fluminense precisa trabalhar com inteligência, valorizar suas propriedades e aproveitar o momento que o Rio de Janeiro vive.
Reforma das Laranjeiras
Isso é um sonho um pouquinho mais distante. As Laranjeiras são o Theatro Municipal do futebol brasileiro.
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