Último time que levou a América sem perder foi o Boca em 1978; Corinthians é o segundo brasileiro a conseguir o feito
Demorou para chegar o grande dia, mas quando chegou, veio com estilo. A primeira conquista de Libertadores pelo Corinthians - sacramentada nesta quarta-feira após vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors, no Pacaembu - já seria marcante para o torcedor Fiel. Mas o fato de ela ser invicta, a torna ainda mais especial. Ao longo da competição foram 14 jogos, e os comandados de Tite entenderam bem o “espírito Libertadores” de não perder pontos.
E se engana quem pensa que foi fácil ser imbatível ao longo da competição. Em alguns jogos o Timão se salvou por um triz. A começar pela estreia na Venezuela, contra o Deportivo Táchira, quando Ralf só evitou a derrota no último minuto. A trave foi amiga nos jogos de ida das oitavas contra o Emelec (ECU) e da final contra o Boca Juniors (ARG).
Com nenhuma derrota na conta e a taça na mão, o Timão entra para história da Copa Santander Libertadores, em um seleto grupo de campeões invictos. Antes, apenas Penãrol (URU), Santos, Independiente (ARG), Estudiantes (ARG), por duas vezes, e Boca Juniors (ARG) conseguiram a façanha. Cada um teve seu mérito, mas é preciso lembrar que o caminho até o topo da América era mais curto em tempos passados.
Nas campanhas invictas de Santos em 1963, Estudiantes (ARG) 1969 e 1970 e Boca Juniors (ARG) em 1978, os campeões começaram a Libertadores de cara na semifinal. Beneficiados pelo regulamento da época que previa esta regalia aos vencedores de edições anteriores, Santos e Estudiantes (ARG) fizeram apenas quatro partidas para levantarem o caneco. O Boca Juniors (ARG) precisou de seis partidas.
Peñarol (URU), em 1960, e Independiente (ARG), em 1964, jogaram mais fases até o título, mesmo assim, menos jogos que o Timão em 2012. Os uruguaios conquistaram a primeira edição da competição depois de sete confrontos sem perder, já os argentinos chegaram ao triunfo com oito jogos invictos.
A maioria dos jogadores corintianos adotam o discurso de que o importante não é como, mas sim, ser campeão. De qualquer forma reconhecem que fizeram história.
“É bacana isso. Com marcas assim você entra para a história do clube. A gente quer sempre estar fazendo história. Daqui a 100, 200 anos, ainda vão lembrar desse time que trouxe a primeira Libertadores, e de forma invicta”, disse o zagueiro Chicão, um dos líderes do grupo.
Demais campanhas invictas do Timão:
Campeão Paulista 1914
Em 1914, com quatro anos desde sua fundação, e disputando seu segundo Campeonato Paulista, o Corinthians conquistava o primeiro título de sua história. O Timão venceu todos os dez jogos que disputou e, além de sagrar-se campeão, teve também Neco, seu maior ídolo da época, como artilheiro da competição com 12 gols anotados. Foram oito jogos, oito vitórias, 30 gols marcados e sete gols sofridos.
Em 1914, com quatro anos desde sua fundação, e disputando seu segundo Campeonato Paulista, o Corinthians conquistava o primeiro título de sua história. O Timão venceu todos os dez jogos que disputou e, além de sagrar-se campeão, teve também Neco, seu maior ídolo da época, como artilheiro da competição com 12 gols anotados. Foram oito jogos, oito vitórias, 30 gols marcados e sete gols sofridos.
Campeão Paulista 1916
Depois de ficar um ano sem jogos oficiais, o Corinthians voltou a disputar o Campeonato Paulista em 1916 e foi novamente campeão invicto. Com o título, a taça oferecida pela Liga Paulista de Foot-Ball foi conquistada em definitivo. Apparício foi o artilheiro do time com sete gols. Foram oito jogos, oito vitórias, 20 gols marcados e três gols sofridos.
Depois de ficar um ano sem jogos oficiais, o Corinthians voltou a disputar o Campeonato Paulista em 1916 e foi novamente campeão invicto. Com o título, a taça oferecida pela Liga Paulista de Foot-Ball foi conquistada em definitivo. Apparício foi o artilheiro do time com sete gols. Foram oito jogos, oito vitórias, 20 gols marcados e três gols sofridos.
Campeão Paulista 1929
Já em 1929, o Corinthians defendia o título paulista, e com sete vitórias em sete jogos, sagrou-se campeão paulista invicto pela terceira vez. O último jogo, uma vitória por 4 a 1 sobre o rival Palestra Itália, confirmou o título naquele ano. Com oito gols marcados, Gambinha foi o artilheiro. Foram sete jogos, sete vitórias, 33 gols marcados e oito gols sofridos.
Já em 1929, o Corinthians defendia o título paulista, e com sete vitórias em sete jogos, sagrou-se campeão paulista invicto pela terceira vez. O último jogo, uma vitória por 4 a 1 sobre o rival Palestra Itália, confirmou o título naquele ano. Com oito gols marcados, Gambinha foi o artilheiro. Foram sete jogos, sete vitórias, 33 gols marcados e oito gols sofridos.
Campeão Paulista 1938
Em 1938, devido à disputa da Copa do Mundo, o título só foi decidido no ano seguinte. Dois pontos separavam o Corinthians do segundo colocado, o São Paulo. Após a partida ser paralisada por uma forte chuva, com vitória parcial do São Paulo, o restante do jogo foi disputado dois dias depois, com o Corinthians conseguindo o empate e se sagrando campeão invicto pela quarta vez. Teleco foi o artilheiro do time com oito gols. Foram 10 jogos, sete vitórias, três empates, 19 gols marcados e oito gols sofridos.
Em 1938, devido à disputa da Copa do Mundo, o título só foi decidido no ano seguinte. Dois pontos separavam o Corinthians do segundo colocado, o São Paulo. Após a partida ser paralisada por uma forte chuva, com vitória parcial do São Paulo, o restante do jogo foi disputado dois dias depois, com o Corinthians conseguindo o empate e se sagrando campeão invicto pela quarta vez. Teleco foi o artilheiro do time com oito gols. Foram 10 jogos, sete vitórias, três empates, 19 gols marcados e oito gols sofridos.
Campeão Paulista 2009
Campanha irretocável do técnico Mano Menezes, conquistando o quinto título invicto do clube. Com dois golaços no primeiro jogo da final contra o Santos, Ronaldo Fenômeno foi o grande destaque do time. Foram 23 jogos, 13 vitórias, 10 empates, 41 gols marcados e 18 gols sofridos.
Campanha irretocável do técnico Mano Menezes, conquistando o quinto título invicto do clube. Com dois golaços no primeiro jogo da final contra o Santos, Ronaldo Fenômeno foi o grande destaque do time. Foram 23 jogos, 13 vitórias, 10 empates, 41 gols marcados e 18 gols sofridos.
Outros campeões invictos da Libertadores:
Peñarol 1960
Logo na primeira edição, chegou ao título de maneira invicta. A fórmula de disputa do torneio era reduzida. Com uma campanha de três vitórias e quatro empates, o time uruguaio passou por Jorge Wilstermann (BOL) na primeira fase, San Lorenzo (ARG) na semifinal e sagrou-se campeão em cima do Olímpia (PAR). Na final decisão em duas partidas. Na ida placar favorável de 1 a 0. Na volta, empate em 1 a 1.
Logo na primeira edição, chegou ao título de maneira invicta. A fórmula de disputa do torneio era reduzida. Com uma campanha de três vitórias e quatro empates, o time uruguaio passou por Jorge Wilstermann (BOL) na primeira fase, San Lorenzo (ARG) na semifinal e sagrou-se campeão em cima do Olímpia (PAR). Na final decisão em duas partidas. Na ida placar favorável de 1 a 0. Na volta, empate em 1 a 1.
Santos 1963
Tendo conquistado a edição de 1962, o Santos ganhou o privilégio de entrar diretamente nas semifinais de 1963. Classificou-se à final depois de um empate em 1 a 1 e uma vitória de 4 a 0 sobre o Botafogo. Na finalíssima, a vítima foi o Boca Juniors. Depois de uma vitória por 3 a 2 no Rio de Janeiro, o time da Vila foi a Buenos Aires com a vantagem. Na capital argentina venceu de virada, 2 a 1, terminando bicampeão.
Tendo conquistado a edição de 1962, o Santos ganhou o privilégio de entrar diretamente nas semifinais de 1963. Classificou-se à final depois de um empate em 1 a 1 e uma vitória de 4 a 0 sobre o Botafogo. Na finalíssima, a vítima foi o Boca Juniors. Depois de uma vitória por 3 a 2 no Rio de Janeiro, o time da Vila foi a Buenos Aires com a vantagem. Na capital argentina venceu de virada, 2 a 1, terminando bicampeão.
Independiente 1964
Depois do Santos, quem repetiu a dose foi o Independiente (ARG). O primeiro título do maior campeão da Libertadores (7 vezes) veio depois de uma campanha com seis vitórias e dois empates. Na fase de grupos, Alianza (PER) e Millonarios (COL) não foram páreos. Na semi venceu o Peixe, 3 a 2 e 2 a 1. A taça do título veio depois de um empate sem gols e uma vitória simples de 1 a 0 contra o Nacional (URU).
Depois do Santos, quem repetiu a dose foi o Independiente (ARG). O primeiro título do maior campeão da Libertadores (7 vezes) veio depois de uma campanha com seis vitórias e dois empates. Na fase de grupos, Alianza (PER) e Millonarios (COL) não foram páreos. Na semi venceu o Peixe, 3 a 2 e 2 a 1. A taça do título veio depois de um empate sem gols e uma vitória simples de 1 a 0 contra o Nacional (URU).
Estudiantes 1969
Depois de ganhar a Libertadores de 1968 em cima do Palmeiras, o Estudiantes (ARG) conquistou o direito de começar a competição continental já na semifinal. Aproveitando o fato de ter poucos jogos restantes, o time argentino foi perfeito, e conseguiu quatro vitórias até erguer o caneco. Até hoje é o único campeão 100% da Libertadores. Os adversários foram Universidad Católica (CHI) na semifinal e Nacional (URU) na final.
Depois de ganhar a Libertadores de 1968 em cima do Palmeiras, o Estudiantes (ARG) conquistou o direito de começar a competição continental já na semifinal. Aproveitando o fato de ter poucos jogos restantes, o time argentino foi perfeito, e conseguiu quatro vitórias até erguer o caneco. Até hoje é o único campeão 100% da Libertadores. Os adversários foram Universidad Católica (CHI) na semifinal e Nacional (URU) na final.
Estudiantes 1970
Já no ano seguinte, o Estudiantes conseguiu outra façanha, se tornou o primeiro e único clube até hoje bi invicto. Como o regulamento previa benefícios ao campeão da edição anterior, entrou na semifinal e com uma campanha de três vitórias e um empate fez mais uma vez a festa da torcida em La Plata. River Plate (ARG) e Penãrol (URU) foram os adversários que ficaram pelo caminho do campeão.
Já no ano seguinte, o Estudiantes conseguiu outra façanha, se tornou o primeiro e único clube até hoje bi invicto. Como o regulamento previa benefícios ao campeão da edição anterior, entrou na semifinal e com uma campanha de três vitórias e um empate fez mais uma vez a festa da torcida em La Plata. River Plate (ARG) e Penãrol (URU) foram os adversários que ficaram pelo caminho do campeão.
Boca Juniors 1978
Campeão em 1977 o Boca também começou a competição de cara na semifinal. Na época, a fórmula de disputa da fase era diferente. Assim, os xeneizes formaram um grupo ao lado de River Plate (ARG) e Atlético Mineiro. Com três vitórias e um empate, o Boca terminou na liderança do grupo e avançou à final contra o Deportivo Cali (COL). No primeiro jogo, empate sem gols. Já na volta em La Bombonera, uma goleada de 4 a 0.
Campeão em 1977 o Boca também começou a competição de cara na semifinal. Na época, a fórmula de disputa da fase era diferente. Assim, os xeneizes formaram um grupo ao lado de River Plate (ARG) e Atlético Mineiro. Com três vitórias e um empate, o Boca terminou na liderança do grupo e avançou à final contra o Deportivo Cali (COL). No primeiro jogo, empate sem gols. Já na volta em La Bombonera, uma goleada de 4 a 0.
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