Time carioca domina a partida e, comandado por Juninho, só não sai do Morumbi com uma goleada porque para nas mãos do goleiro Denis
O roteiro da rodada passada se repetiu. O Vasco manteve a invencibilidade fora de casa no Campeonato Brasileiro, desta vez com vitória, e continua na cola do líder Atlético-MG, que ganhou mais uma vez. O placar de 1 a 0 sobre o São Paulo no Morumbi foi construído com um gol de Fagner no início do segundo tempo e uma boa atuação do time, que atuou como se estivesse em São Januário e finalizou 19 vezes (sendo nove chances reais de gol), contra sete conclusões tricolores (sendo duas chances reais).
O Vasco, que vinha de um empate com o Figueirense em Florianópolis, soma agora 23 pontos, dois a menos do que os mineiros, que bateram o Inter em casa.
- Espero que a gente não se empolgue com o resultado. Há três dias, o Vasco quase perdeu dentro de casa para o último colocado do Brasileiro (o Atlético-GO). Está no caminho certo para conseguir o troféu – disse Juninho Pernambucano, destaque do Vasco na partida.
No São Paulo, que perdeu os 100% de aproveitamento em casa, por enquanto a troca de técnico não fez diferença. Emerson Leão saiu, Ney Franco foi contratado, e o time continua sem organização tática e se distanciando dos líderes. Está em sétimo lugar e tem 16 pontos, dois a menos do que o quarto colocado Grêmio e nove a menos do que o Atlético-MG.
O goleiro Denis, se falhou no gol de Fagner, evitou uma derrota pior ao fazer cinco defesas difíceis. Ney Franco reconheceu a superioridade do adversário:
- Tinha a expectativa de jogar melhor, mas isso não aconteceu. O Vasco foi amplamente superior em todos os aspectos. Começamos bem a partida. Nos primeiros dez minutos a equipe esteve bem postada, e o Cícero acertou a trave. Depois, o time se perdeu em campo. O Vasco também fez uma grande partida e mereceu o resultado.
Os dois times voltarão a campo no próximo fim de semana. O Vasco receberá a visita do Santos em São Januário, sábado, às 18h30m (de Brasília). Um dia depois, o São Paulo buscará a reabilitação no Campeonato Brasileiro no domingo, contra o Figueirense, em Florianópolis, às 16h (de Brasília).
Fagner abraça Diego Souza: Vasco finalizou 19 vezes no Morumbi
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do vasco)
Com Juninho calibrado, Vasco sobra em campo
O primeiro tempo começou com o São Paulo melhor e terminou com o Vasco absoluto em campo. Ney Franco surpreendeu ao escalar o garoto João Schmidt, cria das categorias de base, na vaga de Casemiro. Com isso, o losango usado sem sucesso no clássico contra o Palmeiras deu lugar a um quadrado no meio-campo. Já o Vasco, que entrou em campo com seis desfalques (os zagueiros Rodolfo e Renato Silva, os volantes Eduardo Costa e Fellipe Bastos, o meia Felipe e o atacante Eder Luis), sofreu para encaixar sua marcação nos primeiros dez minutos.
Nesse período, o Tricolor teve duas boas chances para abrir o marcador. Na primeira, Prass defendeu chute de Luis Fabiano. Na segunda, Cícero acertou o travessão. Foi tudo o que o time de Ney Franco produziu na etapa inicial. Após os 15 minutos, o Vasco se encontrou em campo e tomou conta da partida. O gol perdido por Diego Souza, que concluiu mal um cruzamento rasteiro de Wiliam Barbio, deu amostra do que seria o restante do jogo. Cristóvão Borges colocou Barbio nas costas de Cortez, pelo lado esquerdo, e Diego Souza, na direita, na lacuna que era deixada por Douglas. Isso desmontou a marcação tricolor.
Nilton tomou conta de Jadson na etapa inicial. Cícero, após o chute perigoso no início, não acrescentou mais ao time, enquanto o garoto João Schmidt claramente sentiu sua estreia. Do lado contrário, o Vasco tocava a bola tranquilamente em campo, valorizava ao máximo a posse de bola e isso enervava ainda mais a equipe da casa.
A situação se complicou mais para o São Paulo aos 28 minutos, quando perdeu Osvaldo, machucado. O jovem Rafinha entrou e também pouco acrescentou ao setor ofensivo tricolor.
Até o apito de Leandro Vuaden para o intervalo, pode-se dizer que o São Paulo teve sorte em sair do gramado com a igualdade no marcador. Em duas faltas, Juninho Pernambucano levou Denis ao desespero. Na primeira, o goleiro fez bela defesa. Na segunda, a bola foi no travessão. O meia – que jogou com 350 às costas, em referência ao número de jogos pelo Vasco – ainda levou perigo em chute de fora da área, novamente defendido pelo goleiro são-paulino.
Luis Fabiano disputa jogada com o zagueiro Dedé (Foto: Idário Café / VIPCOMM)
Visitantes abrem o placar, e tricolores protestam
Com os laterais perdidos na marcação e um meio-campo que vacilou em muitos momentos, Ney Franco resolveu mexer no esquema tático no intervalo, saindo do 4-4-2 para o 3-5-2, com a entrada de João Filipe na vaga de João Schmidt. Porém, o time mal teve tempo para se acostumar à alteração. No primeiro ataque, o Vasco abriu o placar. Fagner recebeu de Wiliam Barbio nas costas de Cortez, invadiu a área e bateu de pé direito. Denis falhou, e a bola entrou: Vasco 1 a 0.
Em desvantagem, o São Paulo se perdeu em campo. Ney Franco ainda tentou uma nova cartada, com Ademilson na vaga de Cícero. Porém, as coisas ficaram ainda mais complicadas aos 12, quando Rodrigo Caio, que já tinha cartão amarelo, colocou a mão na bola e foi corretamente expulso. Com a vantagem numérica também, Cristóvão Borges sacou o volante Wendel, que fez boa estreia, e colocou o meia Carlos Alberto para dar ainda mais força ao ataque.
Aos 23, a torcida presente ao estádio do Morumbi perdeu a paciência de vez e passou a atacar o presidente Juvenal Juvêncio.
- Ô, Juvenal, vai se f…, o meu São Paulo não precisa de você!
Depois, sobrou para os jogadores:
- Vergonha, vergonha, time sem vergonha!
Em campo, a equipe lutava, mas pecava pela falta de qualidade. Jadson não criava nada. A única chance surgiu aos 28, quando Luis Fabiano recebeu seu único bom passe na partida e tocou na saída de Fernando Prass, à direita da meta vascaína. No mais, a bola ficou o tempo todo nos pés dos visitantes. E o Vasco ainda perdeu várias chances de marcar. João Filipe evitou um gol de Alecsandro, e Denis fez mais três defesas em chutes de Juninho Pernambucano e Carlos Alberto.
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